Médica geriatra formada pela Escola Paulista de Medicina (Universidade Federal de São Paulo).

Atendimento 

Rua Groelândia, 482. Jardim Europa - São Paulo 

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Geriatria

É uma especialidade médica que visa centralizar o cuidado do paciente, trabalhar com prevenção de doenças, resguardar a autonomia e independência ao máximo que consigamos, e quando diante a irreversibilidade do quadro estabelecer em conjunto com o paciente  traçar um plano terapêutico que vise respeitar seus desejos e prioridades.

É uma especialidade que pretende ter uma visão holística com o paciente, tratando ele como um todo e não como um único fragmento de doença. 

Escolher geriatria tem relação com o que acredito ser uma medicina que me dá prazer em praticar, nunca me contentei em ambulatórios que tratavam uma única doença e não viam o todo, por exemplo paciente com diabetes que não fazia dieta adequada, mas quando perguntado não fazia por não ter condições financeiras, essa medicina tão restritiva e sem escuta não me agradava. 

Na Geriatria vejo que a escuta dos meus pacientes tem que ser a prioridade, não adianta eu querer diversas mudanças, mudanças significam alterações de hábitos nos casos dos idosos construídos há anos, é necessário um equilíbrio entre  o ideal e o possível. E ainda, esta especialidade me trouxe a consciência de que realmente ainda não temos cura para todas as enfermidades, mas fazendo reforçar  a frase de Hipócrates "Curar quando possível; aliviar quando necessário; consolar sempre".

Assim, venho por meio deste site, tentar trazer informações embasadas que possam ajudar idosos e seus familiares a lidarem com as múltiplas doenças e situações que costumam ocorrer nessa fase de vida.

Insônia

A insônia é um dos problemas mais frequentes que nos deparamos no atendimento geriátrico, seja esta para iniciar o sono ou mantê-lo, há um comprometimento importante nas atividades de quem sofre deste mal. 

Pessoas com insônia tendem a ser mais irritadas, cometer mais erros em suas atividades, serem mais esquecidas e desatentas. 

Dessa forma, é necessário tratá-lo para melhorar a qualidade de vida de quem a tem. O tratamento desta, mais importante que o medicamentoso, são as chamadas medidas de Higiene do Sono.

Demência 

Existem vários tipos de demência, sendo as mais comuns Doença de Alzheimer, Demência vascular, Demência fronto temporal, Demência por corpúsculos de Lewy, todas são doenças irreversíveis e sem tratamento  modificador de curso, até o momento, ou seja, incuráveis. Apenas quem já conviveu e presenciou alguém com uma síndrome demencial sabe como esta pode ser difícil tanto em encarar o diagnóstico, quanto a coisas normalmente consideradas pequenas no nosso dia a dia. 

O horário do banho torna-se um tormento, a agressividade pode se tornar frequente, alguns tornam-se apáticos e outros não conseguem ficar sentados.

Há medicamentos para auxílio em algumas dessas condições, mas como todo medicamento, pode ter efeitos colaterais e interações medicamentosas nesses pacientes que muitas vezes têm várias outras doenças. Assim, priorizamos a tentativa de controle dessas situações através de medidas comportamentais

Aqui encontram-se algumas medidas orientadas pelo site da ABRAZ (Associação Brasileira de Alzheimer), o qual todos com alguém com demencia em casa devem ler para se informar mais sobre a doença, ter conhecimento nos faz aceitar melhor as fases que virão.

 

Estabelecer horários fixos, caso não seja possível, aguarde e tente novamente;

Associe com atividades prazerosas, massagem é  um bom exemplo;

Deixe que a pessoa se lave, que mantenha sua autonomia e complemente se necessário;

Veja se há diferença no uso de chuveiro, banheira ou ducha para adequar com a preferência da pessoa;

Simplifique  o banho o quanto você conseguir.


Escolha 2 mudas de roupa e deixe que a palavra final seja da pessoa cuidada;

Coloque-as na ordem de vestimenta;

Tente inicialmente com orientações verbais de como colocar a roupa;

Não o apresse, tenha paciência.


Estimule a alimentação com o uso de utensílios coloridos e alimentos de cores diferentes, fazendo com que chamem a atenção do paciente e despertem seu interesse pela refeição;

Opte por alimentos que possam ser manipulados com as mãos, para aumentar o interesse pelo contato;

Acompanhe a refeição;

Sirva uma pequena porção de alimentos de cada vez. Se dieta pastosa, não bata toda a alimentação junta, separe para que elas tenham cor, sabores e texturas diferentes;

Se o paciente esquece que come e  acaba comendo demais, faça  com que ele se distraia com outra atividade;


Caso seja possível, discuta gentilmente o assunto, usando argumentos que possam convencê-lo sem fazê-lo sentir-se incapaz;

Use a alegação de que o aumento de congestionamentos e os assaltos a motoristas o afligem ou sugira a venda do automóvel, argumentando necessidade de recursos financeiros;

Sugira outro tipo de transporte e valorize suas vantagens;

Caso o paciente insista em dirigir, guarde as chaves em local seguro ou retire uma peça para impedir que o carro funcione;

Solicite um atestado médico para impedir o paciente de guiar. Isso poderá ser usado inclusive para impedir a renovação da carteira de motorista do paciente;

Se o paciente souber de sua condição de saúde, convém explicar sobre as dificuldades e riscos.

 

Tente reduzir o número de cigarros por dia, cedendo unidades com intervalos cada vez maiores. Diante de pedidos, tente distrair o paciente com algum assunto de grande interesse;

Supervisione o paciente quando estiver fumando;

Desencoraje o hábito de fumar, buscando orientação com o médico.


Fale pausadamente, selecionando um assunto por vez;

Mantenha contato visual e, se possível, táctil, enquanto estiver falando com uma pessoa com Doença de Alzheimer;

Faça pausas entre um tema e outro, para evitar confusão de informações.


Uso de calçados adequados, visando a evitar quedas;

Tente impedir o acesso a escadas para evitar quedas;

Dificulte a saída do paciente sozinho da casa, por exemplo, instalando guizos na porta ou no portão e escondendo as chaves de casa;

Coloque no vestuário do paciente etiquetas internas ou cartões com sua identificação: nome, endereço e número de telefone.


Procure chamar a atenção do paciente para algo que possa ajudar a acalmá-lo, como uma imagem bonita ou o som de uma música que ele goste;

Você também pode propor uma atividade como caminhar ou ver fotos antigas;

Procure descobrir o motivo da reação agressiva e evite repetir a situação;

Deixar o ambiente tranquilo e limpo, com poucos estímulos sonoros e visuais;

Se a agitação costuma acontecer no entardecer, tente fechar janelas e manter luminosidade artifical, a presença das sombras e luzes diferentes do por do sol podem precipitar episódios de agitação.


Dissolver comprimido em alimento) podem ser alternativas para minimizar confrontos e discussões;

Esquecimento de que pessoa amada faleceu:  quando acompanhada de perplexidade e exposição à intensa dor inúmeras vezes, é possível utilizar técnica de distração. Entretanto o  uso indiscriminado dessa estratégia pode favorecer  confusão visto que a sensação constante de assuntos inacabados;

Faça parte de grupo de apoios e peça ajuda e não esqueça de você. Para cuidar de outro é necessário em primeiro lugar estarmos bem.